sexta-feira, setembro 02, 2016

NADA CONTRA





Saco cheio de falar de impeachment.

Vou mudar de assunto.

Todo mundo já deve ter ouvido essas pérolas: "odeio TV". "Boa noite, prefiro meu livro". "Amo ler, há anos não assisto tv." "Assim que terminar de ler esse, vou começar esse outro, tenho muitos na minha lista". E por aí vai. Leitores e mais leitores. O pessoal passa 24 horas lendo livros e mais livros! Verdadeiras bibliotecas ambulantes. Só falam em livros e autores e, de certa forma até "humilham" as pobres almas que não têm tempo nem paciência para navegarem nesse mar de leituras. Em contrapartida, esses mesmos leitores sabem tudo sobre a vida dos artistas, revistas, modas e tvs. Nada contra, gosto é gosto e cada um faz o que quiser do seu tempo. Mas como sou avessa a ostentações, não consigo entender o que se passa na cabeça dessas pessoas, pois quem realmente lê, não precisa exibir-se. A própria escrita demonstrará o conhecimento adquirido, o raciocínio, a apropriação vocabular. Fui criada pelos meus avós que, muito pobres, não tiveram acesso ao estudo, mas isso não os impediu de serem leitores contumazes e de, através dos livros, adquirirem muita cultura. Sólida cultura. E isso transparecia nas conversas, nos bate papos, no dia a dia. Eles conheciam o significado e o valor das palavras, liam e sabiam o que estavam lendo. Não precisavam se exibir. A interpretação de texto acontecia ali, no momento da leitura. Bem ao contrário de muitos que hoje se dizem devoradores de livros mas pelas abobrinhas que escrevem, deixam a nítida impressão de serem aquele tipo de leitores, que feito zumbis, zapeiam nas orelhas dos livros e colecionam dados, que depois são incapazes de transformar em conhecimento. Falta-lhes fluência vocabular que lhes dê suporte para interpretarem textos e expressarem seu pensamento, porque isso depende de muita leitura, muito estudo, muita paciência, muita concentração e muita determinação . E eles não têm. 

Marli Soares Borges

quarta-feira, agosto 24, 2016

DE SEGURANÇAS E CERTEZAS




Era uma vez... ops, apaga!
É dessa vez!

Ainda que muitos se apavorem e tentem demover-lhe daquilo que sua alma deseja e quer, não se incomode. As pessoas costumam falar porque estão viciadas em seguranças e certezas. Mas a própria vida está aí, com sua finitude, nos lembrando que algumas loucuras serão sempre bem-vindas! E você que vive esperando tudo tomar a forma exata para decidir melhor, lembre-se, isso nem sempre é possível. Muitas vezes temos que tomar decisões na incerteza, ou perdemos o bonde. No final das contas, o lance é mesmo movimentar a vida. De um jeito ou de outro, enquanto estamos vivos, sempre é tempo de começar alguma coisa, recomeçar outra e porque não, retomar e continuar outras tantas.
 
Marli Soares Borges

terça-feira, agosto 16, 2016

O TOM DAS OLIMPÍADAS






A geração mimimi, em forma de repórter, segue dando o tom nas Olimpíadas. O esporte é o que menos interessa. As preocupações têm sido patéticas.

A nossa imprensa é "especializada" em esportes, mas numa olimpíada, prefere tratar de "outros" assuntos. Na pauta, as questões "sócio-esquerdosas". Estas sim, uma especialidade que se tivesse modalidade olímpica, o Brasil seria campeão! Os feitos esportistas dos atletas ninguém se interessa, o lance é descobrir-lhes o passado e trazer a público suas vidinhas podres. E se o cara comeu o pão que o diabo amassou, aí sim ele vira um herói! E a reportagem vai à loucura!

Quais os movimentos obrigatórios na trave? Qual a postura desejável para esse ou aquele salto? O que é preciso para ser um atleta profissional? Tem tantos detalhes curiosos que o espectador gostaria de saber... mas do esporte mesmo, pouco ou nada se fala. Os atletas não são atletas, são entidades a serviço de uma ideologia. E nós suportando, diante do mundo, a vergonha alheia dessa mídia nojenta e desses esquerdistas patéticos.

Pelo menos tenho um alento, o meu facebook está muito bom, exclui todos os que faziam discurso esquerdoso de ódio e coitadismo.

Marli Soares Borges

domingo, julho 03, 2016

FELICIDADE



droga da felicidade


Estou exercitando minha capacidade de discernir entre uma imbecilidade e uma coisa digna de maior atenção. Às vezes alguém me diz algo e me emociono e me dá vontade de argumentar, insistir, bater o pé. Noutras, a vontade vem, mas fico quieta, não reajo, fico só ouvindo, nem me importo. E me surpreendo comigo mesma por ter chegado a esse estágio 'superior' de controle da razão! será mesmo, ou é um problema de pino? Pode ser também porque me dei conta de que não preciso mais agradar esse ou aquele. Sei lá. E também não estou ligando mais em estar por dentro de todas as novidades, das mentiras e verdades de cada um. 

Tem coisas que nem quero saber. E isso está me fazendo um bem...

Casualmente ontem ouvi minha nora rindo e dizendo para meu filho: você sabia que os ignorantes são mais felizes? Ouvi a frase e pensei: taí! encontrei a droga da felicidade!

Marli Soares Borges

sexta-feira, julho 01, 2016

ARTE DAS RELAÇÕES




"A inteligência é a arte das relações."

Entendo assim: quando aprendemos profundamente alguma coisa e conseguimos estabelecer as relações desse conhecimento com outros conhecimentos e vivências, - e isso é uma arte - está aí a mais pura inteligência. A verdadeira arte das relações. Mas isso não é muito comum. O que tenho observado é que as pessoas tendem a compartimentalizar o conhecimento e não se importam em, pelo menos, tentarem estabelecer conexões. Haveria então poucas inteligências no mundo? Não sei.

Marli Soares Borges

quarta-feira, junho 29, 2016

ISAAC ASIMOV



científica


Relendo Isaac Asimov. Fazia tempo que não lia nada dele e (re)apaixonei-me.

Quando fui apresentada a Isaac Asimov eu era adolescente (anos 60). Lembro que me apaixonei na mesma hora. PhD em Bioquímica e divulgador da ciência, seus romances não eram considerados alta literatura, ele mesmo se intitulava um "escritor de idéias", mas para mim, o conhecimento aliado à paixão pela escrita fez com que seus textos - cientificamente embasados - continuem ainda hoje, a brilhar com tanta intensidade aos olhos de quem os lê. Nas entrevistas ele sempre dizia que o que mais gostava na vida era escrever! Conta-se que certa vez, ao ser questionado sobre o que faria se um médico o diagnosticasse com pouco tempo de vida, ele respondeu "Datilografaria mais rápido!" (E escreveu mesmo, mais de 500 títulos, em vida, é mole? rs) Lembrei agora da trilogia da "Fundação". Era minha série favorita. Adorei também o "Eu, Robô" e as três leis da robótica.

Hoje em dia, a par dos avanços nas áreas da biônica, cibernética e inteligência artificial, seus livros viraram realidade e no andar dos acontecimentos, acho que as "Leis da Robótica" em breve terão status de lei. Como no passado, Asimov, continua a renovar em mim a esperança no poder da ciência e do desenvolvimento humano.

"A ciência em si, em sentido abstrato, é um instrumento autocorretivo e direcionado para a verdade. Pode haver enganos e concepções equivocadas, em razão de dados incompletos ou errôneos; no entanto, o movimento vai sempre do menos verdadeiro para o mais verdadeiro. (...) Os cientistas, todavia, não são a ciência. Por mais gloriosa, nobre e sobrenaturalmente incorruptível que ela seja, infelizmente os cientistas são humanos."

Marli Soares Borges