Simplesmente sumiram. E eu aqui sem saber o que fazer, o cursor piscando solitário na telinha do note. Foi então que ouvi as risadas e da janela pude observar. Lá estavam elas, esfuziantes. Tomei o maior susto. Meu primeiro impulso foi trazê-las de volta imediatamente, a qualquer preço, agarrá-las pelo pescoço, óbvio que estavam se achando. Não faltava mais nada, me abandonarem assim, sem mais nem menos, sem um aviso sequer, vou matá-las, uma a uma! Mas não matei, aliás, nem fiz nada, simplesmente as deixei seguir.
E agora, o que seria de mim? Se não voltarem eu morro!
Olha, se alguma vez aconteceu isso com você, não precisa nem ler esse texto. Nenhum relato conseguirá ser absolutamente fiel ao que se passou comigo naquela noite em que as palavras foram passear. Só sei dizer que minha cabeça parecia que ia explodir, dava mil voltas. Os pensamentos zuniam, que mancada a minha: eu as monopolizara como se fossem minha propriedade. E elas ali..., pacientemente, traduzindo meu pensar e suportando minhas loucuras. Tanto malabarismo que o cansaço bateu. Como não percebi isso? Paciência, agora já era. O jeito é aguardar em stand by. Vou sobreviver, prometo.
No final das contas, depois do revival elas voltaram. São fortes os laços que nos unem. Ainda bem.
© Marli Soares Borges, 2013.