sexta-feira, janeiro 28, 2011

ASSISTE RAZÃO À RAZÃO?

Olá todo mundo.

Estou postando hoje um trechinho de um texto intitulado "Deus e o Estado" de Mikhail Bakunin, (séc XIX). Como eu sei que, principalmente por ser grande no intelecto, ele teve inimigos declarados, achei que seria uma boa ideia reproduzir aqui pra você ler, algumas coisas que ele andou escrevendo e que causaram polêmica. Mikhail escreveu inúmeras frases fortes. Veja só essa: “... é no interesse da saúde de nosso próprio espírito que devemos nos esforçar para compreender a gênese histórica, a sucessão das causas que desenvolveram e produziram a idéia de Deus na consciência dos homens. De nada adianta nos dizermos e nos considerarmos ateus; enquanto não tivermos compreendido essas causas,..."

Para acessar o original (traduzido, é claro) direto da fonte, clique aqui. Você vai ver, o texto é bem longo, mas não é difícil de ler, nem é chato não. Ao contrário, é instigante, sagaz e reflexivo.

Bom, chega de conversa mole, com você, Mikhail Bakunin.

" É próprio do privilégio e de toda posição privilegiada matar o espírito e o coração dos homens. O homem privilegiado, seja política, seja economicamente, é um homem depravado de espírito e de coração. Eis uma lei social que não admite nenhuma exceção e que se aplica tanto a nações inteiras quanto às classes, companhias e indivíduos.

(...)

Decorre daí que rejeito toda autoridade? Longe de mim este pensamento. Quando se trata de botas, apelo para a autoridade dos sapateiros; se se trata de uma casa, de um canal ou de uma ferrovia, consulto a do arquiteto ou a do engenheiro. Por tal ciência especial, dirijo-me a este ou àquele cientista. Mas não deixo que me imponham nem o sapateiro, nem o arquiteto, nem o cientista. Eu os aceito livremente e com todo o respeito que me merecem sua inteligência, seu caráter, seu saber, reservando todavia meu direito incontestável de crítica e de controle. Não me contento em consultar uma única autoridade especialista, consulto várias; comparo suas opiniões, e escolho aquela que me parece a mais justa.

(...)

Se me inclino diante da autoridade dos especialistas, e se me declaro pronto a segui-la, numa certa medida e durante todo o tempo que isso me pareça necessário, suas indicações e mesmo sua direção, é porque esta autoridade não me é imposta por ninguém, nem pelos homens, nem por Deus. De outra forma as rejeitaria com horror, e mandaria ao diabo seus conselhos, sua direção e seus serviços, certo de que eles me fariam pagar, pela perda de minha liberdade e de minha dignidade, as migalhas de verdade, envoltas em muitas mentiras que poderiam me dar. Inclino-me diante da autoridade dos homens especiais porque ela me é imposta por minha própria razão."

Beijos a todos.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

TIRAR ESTRELAS DO CHÃO

Olá!

Quero compartilhar com você um texto que me encanta. Ainda não descobri o motivo desse meu fascínio. Talvez sejam as palavras carregadas de significados, ou talvez porque retrate momentos e conflitos que a gente enfrenta pelo simples ato de viver. É um texto poético, belíssimo, sensível e real. Você vai ver. Leio e ganho forças. É como se fosse um combustível.




Venho me deixando tocar por essas palavras desde a época da faculdade, e de lá para cá, tem acontecido bem assim: trabalho, trabalho, trabalho; fico cansada, encho o saco de trabalhar, prometo que vou mudar de vida, ficar na vagabundagem, sei lá, até mudar de profissão. Aff. Fico pra lá de indignada. Aí, lembro do texto, leio, e na sequência me energizo e me renovo. E afloram novas motivações! E continuo caminhando e cantando... Ixi! E você aí pensando que eu fosse tão certinha? Que nada. Rsrs.

Veja agora o texto que me encanta. Escrito por Fernando de Azevedo, há mais de meio século.

"Moço, eu estou nesse negócio de catar pedras faz bem uns cinqüenta anos. Muita gente me dizia para largar disso – cadê coragem? Cada um tem que viver procurando alguma coisa. Tem quem procure paz, tem quem procure briga. Eu procuro pedras. Mas foi numa dessas noites da minha velhice que entendi porque eu nunca larguei disso: só a gente que garimpa pode tirar estrelas do chão." (Fernando de Azevedo - Professor, educador, crítico, ensaísta e sociólogo - 1894-1974).  

Agora pense comigo: nossa vida não é um constante garimpar? Por acaso não vivemos garimpando o chão de nossa realidade? E não é que tiramos estrelas dali? Então, está combinado, se a gente encher o saco, vamos ler o texto e continuar garimpando, pois sem garimpo, no stars.
Beijos a todos.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

MARGARIDA, LOLIPOP \o/

Olá todo mundo!

Dedico esta postagem à minha amiga  Margarida, (do blog BANZAI), que está de aniversário.
Querida amiga Margarida!

Sinta-se homenageada. É ótima e muito gratificante essa amizade que concretizamos post-a-post,  aqui na blogosfera.  Ao ler os seus textos, sinto que você é uma pessoa muito especial,  adoro seu estilo de escrever, adoro os saberes que você compartilha, adoro seus comentários sempre tão sensíveis e inteligentes. Teu blog faz a diferença. 

Minha amiga,  não posso estar ao teu lado conversando com você, pois estamos  geograficamente muito distantes  uma da outra, mas o bom é que tua escrita reflete a tua alma e permite que eu me aproxime de você. Então amiga, você está mais próxima de mim do que imagina...

Agora grave isso que vou dizer: você é especial e importam-me igualmente as tuas alegrias e tristezas, histórias e aventuras, pois você  é muito mais que um encontro virtual,  você já faz parte de minha realidade. Saiba que você está aqui, na telinha de meu lap, todos os dias. Touché!!!

Enfim. Sinto-me à vontade pra fazer alguns pedidos:

Continue sendo minha amiga além da tela, além do tempo. Continue escrevendo com esse talento que Deus te deu, continue dando vida a esse blog tão lindo que se chama Banzai.

Desejo que tenhas muitas alegrias na tua vida.
BANZAI PRA VOCÊ!!

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Beijos.


terça-feira, janeiro 18, 2011

BLOGAGEM COLETIVA - UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

Olá turma!

Amo tantas pessoas e tantas coisas que não estou achando nada fácil declarar meu amor especificamente para alguém ou alguma coisa, como sei que deve ser esse post.

Mas, em todo o caso, acabei de ler há pouco, um livro intitulado 'Teoria da Viagem – poética da geografia', do filósofo e professor francês Michel Onfray. Gente, gostei demais. A prosa dele é superpoética. Tem uma frase no livro, que caiu como uma luva e colocou-me direto nos trilhos pra fazer essa declaração de amor: “Há que celebrar prioritariamente o que em nós treme e eletriza, se mexe e se carrega de energia, faz oscilar a agulha do sismógrafo, em vez daquilo que apenas faz o cérebro trabalhar“. Então, vou direto ao ponto, vou declarar meu amor ao que "faz oscilar a agulha do sismógrafo": acredite, declaro meu amor à vida que tenho levado: viajando de montão, trabalhando e me divertido, eu e meu marido. É tão bom a gente trabalhar juntos e unir o útil ao agradável. Apaixonar-se pelas pequenas coisas do dia-a-dia e transformar insignificâncias em grandezas. Graças a Deus, temos um espírito aberto e um entusiasmo natural e constante pela vida.

Expliquei tudo isso, pra não banalizar minha declaração de amor: Vida nossa, eu te amo!!!

Beijos

* Blogagem coletiva proposta pela Nilce do Blog "A vida de uma guerreira"

segunda-feira, janeiro 17, 2011

QUANDO AS CÂMERAS ESTÃO FILMANDO

Olá todo mundo!


Que tristeza, que raiva! Vi na TV os notáveis políticos sobrevoando as regiões afetadas pelas chuvas! É bem assim que eles se comportam quando acontecem tragédias dessa natureza. Sobrevoam. Como os urubus. É impressionante a cara de tristeza e surpresa que eles fazem diante dos repórteres quando as câmeras estão filmando. Será, meu Deus que somos todos uns retardados? Pra quê esse fingimento todo? Quem não vê o descaso das autoridades? Pra quê gastar dinheiro com vôos de helicóptero, totalmente desnecessários, que não ajudam em nada? A propósito, você sabia que os helicópteros pra ajudar aquela pobre gente desesperada demoraram 5 dias pra serem liberados? Isso mesmo. E os nobres políticos tiveram o desplante de colocar a culpa na burocracia. Engraçado, mas pra aumentarem seus próprios salários, os deputados federais levaram apenas 20 segundos! Sim você ouviu bem, vinte segundinhos, sem nada de burocracia! E agora eles ganham a bagatela de 26 mil reais por mês!! Caracas. Também pudera, suportamos a maior carga tributária do mundo: 60 tipos de impostos. Uma ganância fiscal sem medidas e sem registro na história. Pois é. E o salário mínimo, 545 reais. Você consegue entender? Misericórdia.

Nossa me empolguei, fugi do assunto, deixa pra lá.

Mas, pegando novamente o fio da meada, ainda bem que o povo brasileiro é solidário e generoso. Mesmo os mais pobres ajudam. Voluntariamente. Importam-se com os seus semelhantes. Fazem o que podem, fazem o que os governantes não fazem. Pobre povo brasileiro, governado por gente tão insensível. Rezo para que Deus conforte aqueles pobres flagelados e dê forças aos que estão lá no front tentando amenizar o sofrimento dos que precisam.

Não sei, mas acho que está na hora de acordar os jovens pra essa realidade, trazê-los de volta ao planeta Brasil. Quem sabe eles fazem o que nossa geração não fez: expulsem esses ilustres parasitas e instaurem uma nova ordem!

Esperança... por favor, não me abandone.

Beijos a todos.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

BLOGAGEM COLETIVA - ACOLHER: UM ATO DE AMOR


ACOLHER: UM ATO DE AMOR

Concordo plenamente. Para mim, o acolher é em si, um ato de amor. Um poderoso ato que transforma quem é acolhido e ao mesmo tempo quem acolhe. A vida proporcionou-me uma oportunidade incrível de protagonizar essa mágica da acolhida. E quando falo incrível, não estou exagerando nem um pouquinho, você vai ver, vou resumir pra você.

Moro em zona rural, num sítio, não é novidade pra ninguém. Numa manhã estou saindo para o trabalho e vejo um homem, (não passa dos 30), humilde, sentado na grama ao lado, na rua, no lugar onde deveria haver uma calçada. Tinha uma das pernas enfaixada e parecia estar louco de dor. Parei o carro e, quer saber? Levei o tal homem pro hospital e, na volta, o deixei onde ele me pediu, teve que engessar a perna, estava quebrada. Sim, fui eu que paguei a conta. No trajeto, já sem dor, ele conversou comigo, quis saber quem eu era, etc, etc.

Bem, e aí? O pessoal de casa queria a minha cabeça, onde já se viu fazer isso por um desconhecido? E ainda por cima andar carregando pro hospital, pra lá e pra cá? Tu não vê que esse cara é marginal, mãe tu podia até ser assaltada! Que bobeira mãe! Te antena mulher! Ih, arranjei uma bela dor de cabeça e, no final das contas, pensando bem, eu não podia tirar a razão deles. Realmente eu havia me arriscado. Nem ousei discutir. Mas eu também tinha razão: a voz estava lá soprando no meu ouvido, aquele pressentimento, não sei explicar.

Quando foi pra tirar o gesso, o cara me procurou e lá fui eu. Dessa vez calei minha boca, não contei nada pra ninguém. Chega de incomodação, avemaria.

Algum tempo depois, meu filho (que era adolescente) vem chegando da escola, desce do ônibus, caminha um pouco e é abordado por três sujeitos grandões, mal encarados, daqueles que ninguém merece encontrar pela frente. Ele ficou desesperado, apavorado. Mas, veja só, como por encanto, alguém chega correndo, abre espaço, coloca a mão no seu ombro e diz a ele: ô meu amigo, que bom te encontrar! E foi carregando ele dali. Sempre com a mão por cima de seu ombro. E os sujeitos trataram de dar o fora.

Meu filho, atônito, não entendeu nada, até que o 'salvador' identificou-se e contou-lhe como eu o ajudara, há tempos atrás, quando ele estava com a perna quebrada. E disse mais, no que dependesse dele e dos "amiguinhos" dele, nada aconteceria à nossa família naquelas redondezas, que ele estaria sempre de olho em nós. E, graças a Deus, temos vivido numa boa, sem dissabores que tais.

É gente, amor faz brotar o amor. Quando acolhi aquele homem em meu carro, não pensei em nada, apenas em amenizar sua dor. E hoje ao relembrar o episódio, agradeço a Deus por ter me protegido quando adentrei no espaço fascinante que aproxima as pessoas: o acolhimento.

Desculpe, esqueci de contar. Aff, agora me danei, atenção minha gente, dou a mão à palmatória: descobri que o cara era mesmo um marginal, ou melhor, acho que ainda é. Tsc, tsc. Faz muito tempo que não o vejo.

Era isso.

Beijos a todos.

Blogagem Coletiva do blog "Acolher com Amor" da Teresa Cristina.