segunda-feira, novembro 29, 2010

UM POUCO DA VIDA

Sorry, ando out line, atrapalhada, sem tempo, muito trabalho. Dei um ligeirão e fiz um post light. Impossível deixar você sem um babadinho! Rsrs.

Ao post.

Não lembro se li ou se ouvi dizer que, numa certa idade, nós mulheres nos fazemos invisíveis, inexistentes, pois vivemos num universo que cultua a juventude eterna. Eu, como sempre, transportei isso tudo pra minha vida, pois, afinal é o que conheço melhor. Enfim, andei pensando...

É bem possível que eu tenha me tornado invisível para o mundo, que minha atuação no teatro da vida tenha diminuído. Mas por outro lado, nunca me senti tão protagonista e nunca desfrutei cada momento da minha existência como agora. Nunca tive tanta consciência de que existo, como agora. Descobri que sou sensível e forte ao mesmo tempo, descobri em mim misérias e grandezas.

Estou de alma lavada, percebi que sou um ser humano, apenas. Quer saber? Posso me dar ao luxo da imperfeição!! Posso ter fraquezas, enganar-me e até mesmo não corresponder ao que os outros esperam de mim. E daí? Decididamente não sou uma princesa de contos de fada! Mas sabe qual foi a maior descoberta? É que posso ter um montão de defeitos e assim mesmo gostar de mim. \o/

Ao espelho. Ops! Rsrs.

O espelho reflete minha imagem agora. Sorrio. Já não me procuro mais na juventude, no passado. Vou apenas caminhando. Saúdo à jovem que fui, mas deixo-a de lado, ela agora me atrapalha. Seus sonhos e fantasias já não me interessam. É tão bom curtir a vida sem ter que correr atrás de tantos sonhos!! Viajo em muitas sensações. Uma delas é a alegria. Alegro-me do caminho que percorri, assumo meus conflitos e contradições. Hoje é o meu dia, me permito acreditar. Amanhã? Bom, rsrs, amanhã só saberei amanhã. Rsrs. Acho mais divertido viver assim.

Beijos e bom início de semana.
Imagem: aqui

quinta-feira, novembro 25, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - MINHA IDEIA É MEU PINCEL

Olá todo mundo!

* O tema é a tela "Auto retrato" de Frida Kahlo.


Frida me lembra Hilda e Hilda me lembra Frida. Não sei... é uma coisa que acontece naturalmente na minha cabeça, sem explicação. Talvez por serem ambas donas de uma personalidade indômita: Frida Kahlo (na pintura) e Hilda Hilst (na literatura). Talvez por elas terem criado uma obra polêmica, vigorosa e impactante, ou porque seus universos estejam revelados em seus trabalhos com uma beleza e sensibilidade fora do comum. Sei lá, mas o fato é que no meu sentir, essas duas grandes artistas retrataram-se em sua obra como poucos tiveram a coragem de fazer. E não tem como não se empolgar vendo as telas de Frida e lendo os textos de Hilda, embora eu ache impossível tentar entender suas manifestações artísticas, sem antes conhecer um pouco de suas vidas. E conhecendo um pouco, você há de concordar comigo, o talento das duas é imune à passagem do tempo.

Colo aqui para você ver uma das telas que mais aprecio do acervo de Frida e também um dos textos ímpares que Hilda escreveu.

Enjoy.


"A CAMA VOADORA" - 1932
Aborto, frustração, experiência traumática.
Frida perdeu a criança que tanto desejava.

HILDA HILST
T ô    B r i n c a n d o    d e    I l h a
Vamo brincá de ficá bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê? E há escola e comida pra todos e há dentes na boca das gentes e dentes a mais, até nos pentes? E que os humanos não comem mais os animais, e há leões lambendo os pés dos bebês e leoas babás? E que a alma é de uma terceira matéria, uma quântica quimera, e alguém lá no céu descobriu que a gente não vai mais pro beleléu? E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama (como diz o abade), e é porreta ser poeta no Planeta? Vamo brincá
de teta
de azul
de berimbau
de doutora em letras?
E de luar? Que é aquilo de vestir um véu todo irisado e rodar, rodar…
Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?
Vamo brincá de ninho? E de poesia de amor?
nave
ave
moinho
e tudo mais serei
para que seja leve
meu passo
em vosso caminho.

Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista? Bom-dia, leitor. Tô brincando de ilha.
Beijos
(Crônica de Hilda Hilst publicada no “Correio Popular” de Campinas-SP)

* Blogagem coletiva proposta pela Glorinha do Blog Café com bolo

segunda-feira, novembro 22, 2010

ÚTIL E AGRADÁVEL

Olá!

A novidade dessa semana é que estou em Recife, eu e meu marido, à beira-mar, no 13º andar. Uma vista privilegiada para o mar, e que marzão! Mas estamos trabalhando direto, eu na minha, e ele na dele, óbvio. Temos muito o que fazer, haja fôlego.

Gosto tanto de Recife, tanto mesmo, que às vezes me pego sonhando em morar por aqui. Rejuvenesço, nem sei porquê. Acho que é o ar, sei lá..., a praia que adoro. Recife é um lugar lindo, (eu acho!) cheio de pessoas circulando, alegres e sorridentes, em férias, soltando a franga. Gente interessada apenas em se divertir e gozar o descanso merecido. E, embora estejamos aqui para trabalhar, esse ar praiano e esse hotel maravilhoso já é um plus. Cidade litorânea é outro departamento, outra energia.

Praia?

Só vi de longe, hoje cedo, da janela do hotel. Nosso dia de praia será na quinta-feira e iremos a Porto de Galinhas. Talvez a gente dê uma chegadinha em Carneiros também. Tudo vai depender da nossa disposição. Já estivemos lá, em outras oportunidades, mas faz tempo. Agora iremos novamente, dar uma conferida.


Chegamos aqui em Recife ontem, domingo, e, à noite, da minha janela, avistei a famosa feira de artesanato da Boa Viagem, (que adoro, o hotel fica bem pertinho), mas não fomos lá. Dava tudo pra ter ido, mas o cansaço falou mais alto. E hoje, segunda, teriamos que ir trabalhar muito cedo. Mas parece que terça abre à noite. Então iremos, se Deus quiser. Pretendo bisbilhotar tudinho.

Bom, como já deu para perceber, não tive tempo pra escrever nada hoje, sorry, passei o dia ocupada no trabalho, o dia inteirinho lendo processo. Depois do passeio de quinta é que começarão as novidades, mas só vou contar quando voltar. Aguentaí. Faço um relatório superdetalhado, ok? Mas hoje, realmente precisei dar uma alavancada num caso complicado, afinal, foi por isso que o cliente me chamou. Retorno aos pagos sábado à tarde.

Beijos

sexta-feira, novembro 19, 2010

NÃO À VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS

Olá!

O tema é levantar uma bandeira contra a violência infantil.

Noutra oportunidade eu disse: "Sou a favor da educação, do respeito às crianças, da autoridade dos pais, da conversa, do diálogo. Sou a favor do respeito aos seres indefesos, em todas as instâncias. Sou a favor da paz. Sou a favor do amor. Sou contra, abomino qualquer tipo de violência, tanto física quanto psíquica." 

E agora continuo.

Sei que é muito difícil combater a violência dentro da família, principalmente porque as pessoas escondem o problema. Têm medo de contar. Isto significa que a maioria dos casos não são nem mesmo informados, ou seja, as pessoas que cometem violência contra crianças não são responsabilizadas por seus atos. E o pior, muitas vezes, elas nem mesmo se dão conta de que cometeram um crime, pois elas próprias foram educadas assim.

É que a cultura brasileira, no âmbito familiar, ainda carrega aquele ranço cultural de que os filhos são propriedade da mãe e do pai e que, portanto, os pais estão liberados para fazer com os filhos o que bem entenderem. Ora, a partir dessa premissa, os pais se excedem sobre os filhos com total isenção, sempre sob o condão de educar. Qualquer deslize e lá vai o filho apanhar. Começa com um tapinha, passa pela cintada e chega ao espancamento. E ninguém fala nada, parece até um código secreto. Lembra o conhecido "faz de conta que te ensino e faz de conta que tu aprende"? É por aí. Lamentavelmente a vergonha e a culpa estão entre os sentimentos mais comuns das vítimas da violência doméstica. É um caos.

Por outro lado, sabemos, (até por intuição), que a pobreza e a falta de instrução podem aumentar o nível de violência doméstica. Claro, tem outros fatores individuais, familiares, sociais e comunitários que também podem compor esse rol. Mas uma coisa é certa, absolutamente certa: o abuso de poder sobre indefesos está sempre presente. Por isso, as crianças são os maiores alvos.

Penso que mais do que nunca, é necessário que a sociedade brasileira tome uma posição, incorpore em si a certeza de que as crianças brasileiras, antes de serem filhos, são cidadãos, sujeitos de direitos, amparados no ordenamento jurídico brasileiro, a partir da Lei Maior. Estou certa de que assim será bem mais fácil proteger as crianças e os adolescentes. Se houver suspeita de maus-tratos, por favor, não ignore. No interesse da vítima, investigue ou procure ajuda. Na maioria dos casos a criança está tão assustada que será incapaz, ela própria, tomar qualquer atitude em seu próprio benefício.

Você sabia que segundo a Unicef, os agressores mais comuns são os pais biológicos?
Sim. 70% das agressões. E, quem mais agride os filhos é a mãe, até mesmo por que passa boa parte do tempo com eles, mas as lesões mais graves são causadas pelo pai (força física).

Principais fatores geradores de violência física doméstica:

- a crença dos pais na punição corporal dos filhos como método educativo;
- a visão de que os filhos não são sujeito de direitos, mas que são objetos da propriedade dos pais;
- a baixa resistência ao stress por parte do agressor: desconta nos filhos o cansaço e os problemas pessoais;
- o uso de drogas;
- o abuso de álcool;
- problemas psicológicos e psiquiátricos.

Bom, por enquanto era isso.

(c) Marli Soares Borges, 2010

quinta-feira, novembro 18, 2010

BLOGAGEM COLETIVA - MINHA IDEIA É MEU PINCEL

Olá!!
* O tema é a tela de Edgar Degas "Blue Dancers (Les Danseuses Bleues)"


Bailarinas me fazem voar. Elas me emocionam e me inspiram. São como estrelas das quais meus olhos não podem fugir. Tenho por elas um respeito muito profundo, indizível. Suas histórias de vida sempre incluem sacrifícios, perseverança e superações. Não que a nossa vidinha comum, essa que vivemos aqui, nos isente de sacrifícios. Não é disso que estou falando. Falo de outra coisa, sobretudo do querer ser, do objetivo, da luta, da insistência, da responsabilidade, da firmeza, da disciplina. E para mim, as bailarinas são exemplos vivos, definitivos desse tipo de querer. Claro que há outros exemplos. Mas é no balé que a busca pela perfeição gestual encontra seu expoente máximo. E é na persistência que se consolida essa perfeição, que tanto me emociona quando as vejo dançar. Talvez por isso, o balé também tenha sido um assunto recorrente na carreira de Edgar Degas que, segundo li, também era muito persistente. Ele, quase cego, procurava, assim mesmo, representar as bailarinas, em cada gesto, cada detalhe, do melhor jeito que podia. Muitas vezes me perguntei porque suas bailarinas me tocavam tanto.

No meu sentir, o balé, por analogia, representa a própria dança da vida. Quem de nós consegue alguma coisa sem algum tipo de sacrifício? Sem antes querer e perseverar? Para mim, a perseverança tem um raro poder: ela nos dignifica, nos remete a outros horizontes, outros prazeres: únicos, individuais, muito self. E, porque não dizer... transcendentais? Ok, vou dar um tempo, hoje paro por aqui. Mas não sem antes saudar o balé da vida. Esse grande espetáculo onde os protagonistas somos nós. É um balé visceral e, por vezes, bem complicado... Mas, não é que aprendemos os passos com perfeição? Dançamos tanto, mas tanto mesmo, que precisamos tomar cuidado pra não entrarmos na fluidez total e acabarmos ficando etéreos antes do combinado!! Ops, olha só o que me veio na cabeça agora: Sou bailarina, danço o balé da vida. Nasci bailarina! (Demi-plié, demi-plié, demi-plié...) Legal não? Então, sou igualzinha a essas daí do quadro! Ih, ih, agora sim, voei bem alto! Atenção tripulação, aterrissagem autorizada!

Eu não falei? Bailarinas me fazem voar!

Beijos.

* Blogagem coletiva proposta pela Glorinha do Blog Café com Bolo.

terça-feira, novembro 16, 2010

A BOLA É DO PEDESTRE


Olá, todo mundo.


ô gente, muito obrigada, muito mesmo. Vocês são de fé, estão aqui comigo, lendo e comentando. É isso o que me impulsiona a não abandonar para sempre a internet. Olha, é um tal de entra e sai de técnicos e ninguém resolve nada. Mas agora parece que há possibilidade de colocar internet a rádio. Diz que é beemm melhor! Por enquanto, continuarei sumida, postando "de favor" rsrs, na casa do meu filho. Tsc, tsc.

Ao post.



Impossível passar batido, tenho que pensar em voz alta e com você. A gente vive às voltas: infrações de trânsito, penalidades, multas, guinchos, sei lá, um amontoado de leis para corrigir a postura dos motoristas. Tudo em favor da vida. Mas acontece que os pedestres também podem causar acidentes e, por isso, a lei é para motoristas e pedestres, embora eu suponha que isso não esteja sendo bem entendido em relação aos pedestres. Falei entendido, mas não é bem essa a palavra. Esclarecido, é isso. É que nem a fiscalização, nem a mídia têm dado a atenção que o assunto requer. O alvo é sempre o motorista. Caracas. Daí resulta que o pedestre, desavisado, transita despreocupadamente, razão porque, inúmeras vezes, ele próprio, têm sido o causador do acidente que o vitimou. Nunca vi pedestre ser fiscalizado, advertido e, muito menos, multado por descumprir as leis de trânsito.

Pronto, já coloquei os considerandos. Agora vou contar pra você um fato supersimples, mas que, para mim, foi motivo de surpresa. Aconteceu há pouco, quando eu retornava do aeroporto. Sabe aquele cruzamento perigoso, sem semáforo, em que você é o motorista e quer entrar à esquerda, numa avenida ultramovimentada? Você pára, olha os dois lados e só então arranca, atravessa e dobra? Beleza. O problema é aquele pedestre que surge nesse momento e, em vias de provocar um acidente, atravessa à rua, na maior calma, bem ali na sua frente! Bom, aí você pede pra morrer. Pois enfrentei isso hoje, e sabe o que a pedestre fez? Antes de atravessar, parou na esquina da calçada, olhou para todos os lados, viu a avenida, meu pisca-pisca, sentiu o problema e... fez sinal para que eu arrancasse!! Isso mesmo. Gente, que satisfação! Era uma jovem comum, sem requintes. Mas esclarecida. Ganhei o dia. Uau. Isso, merece um post!! Pena eu não saber o nome dela. Mas fica aqui o registro. E homenagem.

E você tem algum motivo pra elogiar um pedestre? Conta, vai.

Beijos e uma boa semana a todos. Aproveitaram o feriadão?