Você já notou como tem gente que adora sofrer? Que adora se lamentar? Fico pensando, de onde teria vindo essa quedinha que temos, em maior ou menor grau, para o sofrimento. Realmente não sei, tenho apenas uma vaga ideia. Lembro que quando eu era criança, às vezes me machucava brincando, e chorava, e minha vó corria e me acalentava... e eu ficava feliz. Aliás, todo mundo faz assim com as crianças, é super normal. Também cansei de ouvir "quem não chora não mama". Daí vai que, bingo! chorar, sofrer,... claro, virou solução. Tenho a impressão,-- como disse, é só uma ideia, -- de que essas atitudes levam alguns de nós a intuir desde cedo que sofrer sempre traz compensação. Ahã.
A bem da verdade, é muito mais fácil sofrer do que manter a alegria, pra sofrer a gente nem precisa fazer esforço, o sofrimento vem ao natural, você há de convir. E nós mulheres, principalmente, carregamos um fardo que nos acompanha desde os tempos bíblicos. Sempre fomos encorajadas a sofrer, o sofrimento dignifica, diziam, tudo que se conquista pelo sofrimento tem mais sabor, (pura baboseira, eu sei!) e desfiavam um amontoado de sandices na nossa cabeça, e nesse embalo, queria o quê, o sofrimento grassou e nossa saúde (física, mental e social) desmoronou, também pudera, isso acaba com qualquer um.
Agora, ao outro lado da moeda. Todo mundo gosta da alegria, tenho certeza. Well, well, então porque a gente não vive alegre? Sabemos por experiência própria que a alegria é um sentimento ótimo, nos encoraja e fortalece. Nos dá mais saúde, rejuvenesce e embeleza. Quando sorrimos, nosso organismo fabrica anticorpos para combater as doenças. Amor, isso é pura ciência, e da boa...rsrsrsrs. Meu Deus, porque então a gente não sorri mais? Por que a gente não escancara a boca de orelha-a-orelha todos os dias?
Não sei, mas acho que os fatos que referi acima, há muito vem contribuindo para impedir que cultivemos, (como uma plantinha), o hábito saudável de manter-nos alegres, mesmo nas adversidades. Gente, parece que temos até vergonha de dizer que passamos uma tarde alegre no nosso trabalho. E o que dizer da culpa, quando estamos alegres no cotidiano, sem alguma razão aparente que possa justificar?
Céus, isso não faz a minha cabeça. Sou a favor da alegria. Sofrer por sofrer me dá nos nervos. Acredito que a alegria está entre os ingredientes que tornam nossa vida mais agradável e, portanto, deve ser praticada e doada ao próximo, pois alegria também é uma forma de amor, pela vida e pelas pessoas.
Então proponho uma coisa, mesmo que você esteja por aqui com a vida, pare com essa neura de sofrer. Pratique a alegria. Se está triste e quiser chorar, chore, soluce, faça o que lhe der na telha, mas depois, levante a cabeça, olhe-se no espelho e sorria. Não, não é bobagem não. No carro, olhe-se no espelho e sorria. Sempre que fizer isso, segure o sorriso, um pouquinho só. Assim você engana seu cérebro e sem se dar conta, você ficará alegre. Tente, dá certo. Aprendi isso há bastante tempo num livro, já nem lembro mais o nome, mas é muito legal. Claro, no início a gente custa um pouco, parece meio fora de órbita, ainda mais quando a gente está triste verdadeiramente. Mas vale a tentativa, é um esforço pessoal, um aprendizado constante, e a gente consegue recuperar as forças, não duvide.
Sorria, pois como dizia Chaplin, a alegria é o único jeito da gente enfrentar os problemas da vida e sair ganhando!
Mas não esqueça de levantar a cabeça. Aposto que você nunca viu alguém chorar de cabeça erguida não é mesmo?
"Posso ficar acordada e deixar que as dores do mundo me despedacem. Então, permitir que as alegrias me recomponham e, embora diferente, eu me torne inteira outra vez." (OMDreamer)
Era isso. Até breve.
Marli Soares Borges